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Testes descartaram gripe aviária em trabalhador no Rio Grande do Sul, diz Eduardo Leite

Autoridades sanitárias estão monitorando funcionários que tiveram contato com frangos no estabelecimento de Montenegro e zoológico em Sapucaia, onde o vírus foi identificado

Agência o Globo
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Publicado em 20 de maio de 2025 às 20h11.

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O trabalhador de uma granja no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul, que apresentava sintomas de gripe aviária teve o resultado negativo para a doença, disse nesta terça-feira o governador do estado, Eduardo Leite.

Mais cedo, Secretaria Estadual da Saúde (SES) afirmou, em nota, que o trabalhador do estabelecimento apresentou sintomas gripais. Segundo pasta, ele teve contato com aves doentes e foi para isolamento domiciliar.

Em nota, o Ministério da Saúde também informou que foi descartado o caso suspeito de Influenza Aviária em um trabalhador da granja do município de Montenegro, onde foi identificado foco da doença em aves.

Na tarde desta terça-feira, a Fiocruz, laboratório de referência para este tipo de análise, confirmou que o teste para a doença deu negativo. Neste momento, não há outros casos suspeitos ou em investigação no Brasil.

O Ministério da Saúde, junto com a Secretaria de Estado de Saúde do Rio Grande do Sul, monitora todas as pessoas que podem ter sido expostas ao vírus por contato direto com aves infectadas para acompanhamento da situação de saúde, início imediato do tratamento diante dos primeiros sintomas e vigilância preventiva de possíveis contatos.

"Não há registro em todo o mundo de transmissão da doença de uma pessoa para outra", reforça a pasta.

O risco de infecção humana é baixo e não ocorre pelo consumo de carne ou ovos, mas sim por contato direto com aves doentes ou com ambientes contaminados.

Marco de 28 dias

Após reunião com Leite, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse que, embora inicialmente estivesse prevista para começar ainda esta semana, a desinfecção total da granja será adiada. Segundo ele, o processo precisa ser feito com rigor para que o Brasil possa manter o status de país livre de influenza aviária de alta patogenicidade.

— Combinamos aqui ações para fortalecer ainda mais o sistema e chegar o mais rápido possível à desinfecção total da granja. Já tínhamos o compromisso de que o marco zero poderia ser amanhã (quarta-feira), mas isso não será possível. O procedimento precisa ser muito robusto para garantir que, ao longo dos 28 dias, não teremos novos focos no Brasil — explicou.

Ele ressaltou a importância da atuação conjunta entre União, governo estadual e prefeitura de Montenegro (RS) para conter o avanço do vírus da gripe aviária. Fávaro destacou que o modelo tripartite — com esforços coordenados entre os três níveis de governo — tem sido essencial para garantir uma resposta sanitária robusta e ágil.

— Neste caso específico, faço questão ressaltar que é a parceria entre o governo federal, o Estado do Rio Grande do Sul e o município de Montenegro que está permitindo que o bloqueio seja eficiente e não deixe o foco esparramar — afirmou.

Risco de infecção

Em nota publicada nesta terça-feira, o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) reforça que o risco de infecção por influenza aviária em humanos é considerado baixo e que não há riscos de consumo de ovos e carne de frango:

"A transmissão ocorre predominantemente em pessoas com contato próximo e frequente com aves ou mamíferos infectados, vivos ou mortos. A doença não é transmitida pelo consumo de alimentos bem cozidos ou preparados adequadamente, e a transmissão entre pessoas é extremamente limitada."

A SES acrescenta que, a partir da confirmação de infecção em animais, pessoas que tenham tido contato próximo com esses animais passam a ser monitoradas por um período de 10 dias, caso estejam assintomáticas.

"Para que um caso humano seja oficialmente considerado suspeito, é necessário que haja, simultaneamente, evidência clínica (presença de sintomas) e evidência epidemiológica. Isso inclui exposição a animais infectados ou a seus restos mortais", conclui a pasta.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), entre janeiro de 2024 e maio de 2025, foram confirmados 72 casos de influenza aviária em humanos na região das Américas — nos Estados Unidos, Canadá e México.

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