Redação Exame
Publicado em 13 de junho de 2025 às 21h08.
Na sexta-feira, 13, a Agrodefesa (Agência Goiana de Defesa Agropecuária) confirmou a presença do vírus da gripe aviária em uma criação de galinhas domésticas no município de Santo Antônio da Barra, na região sudoeste de Goiás. O surto afetou aves de subsistência, com cerca de 100 galinhas mortas, que apresentaram sintomas como asas caídas, secreção nasal, dificuldade respiratória, apatia, diarreia e edema facial.
A suspeita do caso foi notificada à Agrodefesa na segunda-feira, 9, um dia após o Ministério da Agricultura ter confirmado o vírus em Campinápolis, no estado do Mato Grosso. A análise foi realizada pelo laboratório federal de defesa agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária.
Após a confirmação, Goiás adotou medidas rigorosas para controlar o surto. Foi estabelecida uma área de vigilância com um raio de dez quilômetros ao redor do foco, reforçando barreiras sanitárias e suspendendo temporariamente feiras e exposições com aves vivas na região afetada. Além disso, a desinfecção completa do local do foco também foi realizada, seguindo o protocolo de segurança adotado em Campinápolis (MT).
Embora o vírus tenha gerado alarmes locais, o Ministério da Agricultura tranquilizou a população, afirmando que a ocorrência não implica em restrições ao comércio internacional de produtos avícolas do Brasil, e que o consumo de carne de frango e ovos não oferece riscos à saúde humana.
O H5N1 é uma variante do vírus da gripe comum, com alta letalidade para aves. Paulo Eduardo Brandão, professor da Faculdade de Medicina Veterinária da USP, explicou que o H5N1 é uma forma do vírus que circula entre aves desde 1996. A mutação atual do H5N1 é mais recente, tendo se espalhado por África, Ásia, Europa e, entre 2022 e 2023, chegado ao continente americano. No Brasil, o vírus foi identificado em animais silvestres desde 2023, com registros em pelo menos sete estados.
O H5N1 é altamente letal para aves de criação, como galinhas e frangos, devido à alta densidade de animais em espaços confinados, como ocorre nas granjas. A transmissão entre as aves é rápida, o que torna o controle da doença desafiador.
Apesar da gravidade do surto, o consumo de carne de aves e ovos permanece seguro. As autoridades de saúde, como o Ministério da Agricultura e a Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul, garantem que o consumo de produtos avícolas não oferece risco para a saúde humana, mesmo em casos em que as aves estão infectadas. Brandão ressalta que a gripe aviária não é transmitida para os seres humanos pelo consumo de carne ou ovos de aves, desde que estes sejam devidamente cozidos.
Em suma, o consumo de carne de frango e ovos deve seguir as normas de segurança alimentar, como garantir que a carne esteja bem cozida, não só para prevenir a gripe aviária, mas também outras doenças. A vigilância e as medidas de contenção adotadas visam evitar a disseminação do vírus entre as aves e garantir a segurança dos consumidores.