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Consumo de carne bovina na China deve cair pelo segundo ano seguido em 2026

Segundo relatório do Serviço Agrícola Estrangeiro dos EUA, a demanda sofre impacto da desaceleração econômica sobre a renda das famílias

Carne bovina: consumo chinês deve cair 3% em 2025, segundo projeção do Serviço Agrícola Estrangeiro dos EUA (Freepik)

Carne bovina: consumo chinês deve cair 3% em 2025, segundo projeção do Serviço Agrícola Estrangeiro dos EUA (Freepik)

Publicado em 9 de setembro de 2025 às 06h54.

O consumo de carne bovina na China deve cair pelo segundo ano consecutivo em 2026, em meio ao impacto da desaceleração econômica sobre a renda das famílias, segundo informações da agência Bloomberg.

A China é o segundo maior consumidor mundial de carne bovina, atrás apenas dos Estados Unidos. Segundo relatório do Serviço Agrícola Estrangeiro (FAS) do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), o consumo no país deve atingir 11,17 milhões de toneladas em 2025, uma queda de 3% em relação a 2024. Para 2026, a previsão do FAS é de nova retração, para 11,04 milhões de toneladas.

O movimento marca uma mudança em relação aos anos anteriores, quando a ascensão da classe média chinesa impulsionava a demanda global por proteínas mais caras.

Agora, com o aperto econômico, os consumidores tendem a reduzir gastos e optar por alternativas mais baratas, como frango e carne suína, destacou o FAS. O governo central também vem restringindo banquetes oficiais, o que deve contribuir para a menor procura por carne bovina.

Apesar disso, as importações chinesas devem subir levemente em 2026, já que a produção doméstica tende a recuar com a saída de produtores que acumulam prejuízos.

Já a estimativa oficial do USDA é mais otimista: o órgão projeta que o consumo de carne bovina na China em 2025 chegará a 11,55 milhões de toneladas, acima dos volumes calculados pelo FAS tanto para 2025 quanto para 2026.

Exportações brasileiras

O Brasil, maior exportador mundial de carne bovina, segue tendo a China como principal destino. Em julho, as vendas externas brasileiras bateram recorde, somando 313,7 mil toneladas, um avanço de 17,2% em relação ao mesmo mês de 2024, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) compilados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).

A China respondeu por mais da metade do total embarcado, com 160,6 mil toneladas, o equivalente a US$ 881,9 milhões, alta de 16,7% em um ano.

No acumulado de janeiro a julho, o país asiático importou 801,8 mil toneladas, ou 44,9% de toda a carne bovina brasileira exportada no período, gerando US$ 4,1 bilhões em receitas.

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