Agência de notícias
Publicado em 5 de setembro de 2025 às 17h31.
Última atualização em 5 de setembro de 2025 às 17h37.
Os maiores grupos de agricultores da França pediram ao governo que bloqueie o acordo de livre comércio da União Europeia com países sul-americanos, alertando que o pacto não protege os produtores rurais de importações mais baratas.
Em um comunicado conjunto, associações que representam produtores de carne, aves, beterraba, açúcar, bioetanol e grãos no maior país agrícola da Europa disseram que Paris deveria se recusar a assinar o acordo e reunir outros países da UE em uma coalizão para impedir sua ratificação.
A Comissão Europeia publicou nesta semana o texto final do tão almejado pacto de livre comércio com o Mercosul, que inclui um mecanismo destinado a proteger os produtores rurais europeus. A UE tem se apressado para fechar acordos comerciais com países ao redor do mundo como forma de diversificar e reduzir a dependência dos Estados Unidos, nação cada vez mais protecionista.
Os protestos dos poderosos sindicatos rurais, que bloquearam cidades no ano passado para protestar contra importações baratas, correm o risco de agravar a crescente turbulência política na França. Greves trabalhistas ameaçam paralisar o país ainda neste mês, em meio a uma crise política que pode levar à queda do governo.
Os grupos agrícolas afirmaram nesta sexta-feira que as cláusulas de salvaguarda no texto final eram “apenas uma cortina de fumaça”, pois são muito lentas e complexas para serem ativadas e não os protegerão efetivamente das importações do Mercosul.
Embora a ministra da Agricultura, Annie Genevard, tenha elogiado as cláusulas de salvaguarda adicionadas nesta semana, ela disse que mais precisa ser feito para proteger completamente os agricultores franceses e europeus.